O que é Patologia Cirúrgica?
A palavra Patologia significa literalmente estudo das enfermidades.
A Patologia Cirúrgica é uma especialidade médica que realiza análise dos aspectos morfológicos das enfermidades, em amostras de tecido ou órgãos humanos removidos cirurgicamente.
De longa história na Medicina esta especialidade, primeiramente limitada ao exame pós morte (Anatomia Patológica – necropsia) ou ao estudo de órgãos retirados após cirurgias, ganhou grande difusão após 1870, quando Carl Ruge da Universidade de Berlim introduziu a BIÓPSIA cirúrgica como procedimento indispensável na orientação terapêutica clínica-cirúrgica.
Como e onde é obtido material para a análise histopatológica?
Em ambulatórios, consultórios e hospitais retira-se cirurgicamente amostras de tecido(biópsias) , órgãos (peças cirúrgicas simples) ou conjunto de órgãos ( peças cirúrgica complexas) , que são encaminhados aos laboratórios de procedimentos médicos na especialidade de Patologia Cirúrgica.
O que acontece com as amostras nestes laboratórios?
As amostras quando chegam a estes laboratórios são devidamente identificadas e serão preparadas para a análise microscópica.
Como as amostras são preparadas?
São várias as etapas de processamento técnico.
1. Exame Macroscópico, isto é, o médico patologista pesa, mede, anota cor e consistência , identifica, quando possível, as áreas que melhor representam a enfermidade.
2. Clivagem, aqui efetua-se cortes aleatórios ou nas áreas suspeitas das amostras, obtendo-se pequenos pedaços representativos das enfermidades.
3. Preparo de tecidos: esta etapa consiste em múltiplos e sucessivos banhos em álcool, xilol e parafina, dentro de um aparelho específico conhecido como autotécnico.
Neste aparelho os tecidos são preparados para uma nova etapa : a inclusão.
4. Inclusão é a colocação destes tecidos desidratados, desengordurados, clarificados e parafinados em blocos de parafina, preparando os tecidos para os cortes finos.
5. Cortes: micrótomo é um aparelho que faz cortes que variam de 3 a 5 micra nos blocos de parafina que contém as amostras de tecido. As delicadas e finas fitas de
tecido são colocadas sobre lâminas de vidro.
6. Desparafinização: as lâminas de vidro vão para uma estufa para desparafinizar os tecidos que estão sobre elas.
7. Coloração: as lâminas são coradas pelo método rotineiro – Hematoxilina – Eosina ( HE ) , que usando dois corantes, um para os citoplasmas e o outro para os
núcleos das células que compõem os tecidos.
8. Exame Microscópico, os corantes usados provoca contraste ente os componentes das células, isto permite a análise microscópica dos variados
aspectos morfológicos e o médico patologista compõe o diagnóstico final.
Então este é um processo demorado , manual e subjetivo?
Sem dúvida.
O processamento técnico leva no mínimo 48 horas e depende de um profissional especializado em histotecnologia, local e aparelhagem adequados e em perfeito funcionamento.
A análise macroscópica e microscópica é feita individual e isoladamente pelo médico patologista, não permitindo jamais a automatização.
O tempo despendido nas etapas é bastante variável, depende do grau de dificuldade de caso a caso, a experiência do médico patologista , a integração dele com o médico assistente , a correlação com outros exames e a interdependência dos achados morfológicos com as queixas , sintomas e sinais da doença no paciente.
Então a Patologia Cirúrgica é uma interconsulta médica?
Sim. Podemos resumir que o patologista empresta os olhos para o médico assistente ver aquilo que é muito pequeno para ele, mas o que o patologista vê, só tem sentido quando ele enxerga o paciente com os olhos do médico assistente.